Dr. Mário Dornelas • 13 de outubro de 2025
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Neurocirurgia tradicional x minimamente invasiva: perguntas e respostas.

O que significa cirurgia minimamente invasiva na neurocirurgia?


Cirurgia minimamente invasiva (MIS) é toda técnica que busca resolver o mesmo problema da cirurgia aberta com incisões menores, menor manipulação de músculos e tecidos e uso de tecnologias como endoscópios, microscópios e navegação por imagem.

  • No cérebro, isso inclui cirurgias “keyhole” (craniotomias menores), abordagens endoscópicas (como a via endonasal para hipófise) e tubos retratores para lesões profundas.

  • Na coluna, os exemplos são a microdiscectomia e fusões por acessos menores (TLIF/MIS-TLIF, endoscopia lombar).





Quais são as diferenças principais entre cirurgia tradicional e minimamente invasiva?


  • Sangramento: técnicas MIS geralmente causam menos perda de sangue.

  • Dor e recuperação: pacientes costumam sentir menos dor no pós-operatório e recebem alta mais cedo.

  • Infecção: incisões menores reduzem o risco de complicações de ferida.

  • Tempo cirúrgico: pode ser igual ou maior na MIS, principalmente durante a curva de aprendizado.

  • Exposição à radiação: em coluna, muitas vezes há mais uso de raio-X intraoperatório.




A cirurgia minimamente invasiva é sempre melhor?


Não. Estudos mostram que, em muitos casos, os resultados clínicos finais (dor, função, controle tumoral) são semelhantes entre MIS e cirurgia aberta. A principal diferença está no caminho até a recuperação, que pode ser mais confortável na MIS. Mas cada técnica tem suas indicações específicas.




Em quais situações a cirurgia minimamente invasiva é mais usada?


  • Na coluna degenerativa: hérnia de disco, estenose lombar, espondilolistese de baixo grau. Nesses casos, há benefícios claros em termos de sangramento, dor e tempo de internação.

  • Em tumores da hipófise: a cirurgia endoscópica transesfenoidal mostrou bons resultados, com recuperação mais rápida em alguns estudos.

  • Em craniotomias “keyhole”: para tumores pequenos e bem localizados, podem reduzir tempo de internação mantendo altas taxas de ressecção.




Quando a cirurgia tradicional ainda é necessária?


  • Instabilidades maiores na coluna (espondilolistese avançada, deformidades complexas).

  • Tumores extensos ou de difícil acesso, que exigem exposição ampla.

  • Infecções da coluna e revisões complexas.

  • Lesões cerebrais profundas ou muito grandes, em que uma craniotomia ampla é mais segura.




Como o médico decide entre cirurgia tradicional e MIS?


O neurocirurgião avalia quatro pontos principais:

  1. Localização e tipo da lesão (cérebro ou coluna).

  2. Objetivo da cirurgia (ressecção total, descompressão ou controle tumoral).

  3. Condição clínica e anatômica do paciente (idade, deformidade, comorbidades).

  4. Recursos disponíveis e experiência da equipe com técnicas MIS.



Resumo rápido


  • A cirurgia minimamente invasiva geralmente significa menos dor, menos sangramento e recuperação mais rápida.

  • Os resultados clínicos (controle do tumor, melhora da dor e da função) são semelhantes aos da cirurgia aberta quando bem indicada.

  • Não substitui todas as técnicas tradicionais: em casos complexos, a cirurgia aberta continua sendo a escolha mais segura.


Alerta médico
: este texto é informativo. Procure avaliação médica especializada.